segunda-feira, 2 de julho de 2012

A aliança para derrubar um governo democrático


A sociedade amapaense foi a principal prejudicada pela aliança feita entre o grupo de Moisés Souza na Assembleia Legislativa, o Sinsepeap e o PSOL de Randolfe Rodrigues e Clécio Vieira. Os últimos, ligados ao PSOL, na ânsia de desestabilizar o governo defenderam de forma radical e intransigente uma greve política, de cunho oposicionista, simplesmente para ter dividendos eleitorais e políticos perante uma categoria contaminada por disputas partidárias.

Derrotados na justiça, os adversários da Frente Popular tentam seu último tiro de misericórdia dando a linha para que o Sinsepeap, já batizado de SinsePSOL, por meio de seu presidente Aroldo Rabelo, que se elegeu com o apoio político de Randolfe e Clécio, possa usar a greve para pedir o Impeachment de um governo eleito democraticamente nas urnas, sob o argumento de que Camilo Capiberibe não estaria cumprindo o Piso Nacional da Educação.

A convergência estratégica nas ações defendidas por um dirigente sindical do PSOL e outros militantes oposicionistas infiltrados no sindicato, mesmo com interesse diferenciados, é aplaudida pelos meios de comunicação ligados aos coronéis eletrônicos da política local, principalmente pelo ex-senador Gilvam Borges (PMDB), que desde o início do ano pregava claramente em entrevistas, que o objetivo final da oposição que arrombou os cofres público nos oito anos de “harmonia”, era derrubar o governador Camilo Capiberibe no tapetão por meio de um golpe de Estado que seria gestado na Assembleia Legislativa e que as condições para que isso acontecesse estariam sendo construídas a partir daquele momento.

Que Moisés Souza, Gilvam Borges e a oposição corrupta que governou o Amapá durante oito anos da famigerada “harmonia” são golpistas todos nós sabemos, mas que o PSOL, um partido que se reivindica democrático e de esquerda seria o fio condutor do futuro golpe de Estado isso não era esperado pelas forças democráticas que disputam poder no estado. O PSOL e o presidente do Sinsepeap sabem do risco que é um regime democrático a estratégia de desestabilizar um governo popular simplesmente para concretizar seus objetivos eleitorais, fazendo coro com os golpistas de plantão.

Todos os golpes de Estado são construídos por meio de estratégias de desestabilização do governo com o apoio maciço dos meios de comunicação. Foi o que ocorreu em Honduras e no Paraguai recentemente, onde governantes eleitos democraticamente foram derrubados por meio do parlamento com o apoio da mídia e das forças militares.

No Amapá não é diferente, pois a maioria dos meios de comunicação fazem oposição raivosa ao projeto da Frente Popular e recebem o reforço de partidos que deveriam condenar qualquer iniciativa golpista. O PSOL controla o Sinsepeap e instrumentaliza isso a favor do processo eleitoral em curso, tanto é fato que existe relação entre a greve e a disputa eleitoral, que o candidato do PSOL que irá disputar a PMM assinou um manifesto defendendo a greve que num momento em que ela já estava tomando proporções que beiravam a falta de bom senso, recusando o maior aumento já dado aos professores por um governo durante 16 anos.

Outro fator importante foi o discurso do senador Randolfe Rodrigues defendendo veementemente a greve criminosa e ilegal que tem objetivos meramente eleitorais de desestabilizar o governo, criando o terreno para que a oposição corrupta concretize golpe, defendido pelo Sinsepeap, do seu companheiro de partido Aroldo Rabelo.

Como pode que o Amapá, uma terra que ainda é vista como uma Província pelas oligarquias atrasadas possa ser alvo de uma tentativa de golpe? A ação política do PSOL e do Sinsepeap está sendo utilizada para que os corruptos tentem ganhar o poder na marra, sem o aval do voto democrático.

Todos nós sabemos que a greve é eleitoral. Será que alguns irão defender a radicalização reacionária de atentar contra a democracia para que as forças políticas envolvidas no processo eleitoral saiam vitoriosas em outubro?

Não há nenhuma denúncia de envolvimento do governador em qualquer escândalo de corrupção no Amapá, ao contrário do chefe do Poder Legislativo. Em nenhum momento o Sinsepeap ou PSOL falaram em pedido de Impeachment ou prisão de Moisés Souza pelos crimes que segundo o Ministério Público desviaram milhões dos cofres públicos.

Mas para que o plano maquiavélico da oposição se torne realidade, os golpistas teriam que ter o aval da vice-governadora Dora Nascimento que em recente discurso na Convenção PSB/PT condenou a tentativa de golpe e rechaçou a manobra dos que não respeitam a democracia. A lógica do Sinsepeap está equivocada, já que o governador não tem seu nome jogado na vala-comum da parte dos políticos tradicionais do Amapá. Com a palavra os que realmente defendem a democracia.

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